Adaptado
por: Claudio Fernando Ramos, 09/03/2014. Cacau “:¬)
Mais do que formular um novo conceito de verdade,
Maquiavel nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias.
TESE
·
O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta
pela conquista e pela manutenção do poder.
FRASES
·
“Há vícios benéficos e virtudes perniciosas”.
·
“Quando você tiver de fazer algum mal a alguém,
faça-o todo de uma só vez. A dor será intensa, mas apenas uma. Já o bem, faça-o
em parcelas. O favorecido ficará alegre e grato a você várias vezes”.
OBRAS
- "O Príncipe" – Monarquia absolutista.
- "Discurso sobre a
Primeira Década de Tito Lívio" – Perspectivas republicanas.
- "A Mandrágora" - Que se tornou um clássico do repertório teatral de todos os tempos.
- Outras Obras - "A Arte da Guerra" e "Histórias Florentinas".
PERÍODOS
- O Fim da Idade Média - Durante o período medieval, o poder político era concebido como
presente divino.
·
Os teólogos elaboraram suas teorias políticas
baseados nas escrituras sagradas e no direito romano.
- O Renascimento - O Renascimento foi um período de intensa renovação.
·
Caracterizou-se por um movimento intelectual
baseado na recuperação dos valores e modelos da Antiguidade greco-romana,
contrapondo-os à tradição medieval ou adaptando-os a ela.
·
O Renascimento referiu-se não apenas às artes
plásticas, a arquitetura e as letras, mas também à organização política e
econômica da sociedade.
·
No período do Renascimento, os clássicos gregos e
latinos passaram a lastrear o pensamento político.
·
Uma nova classe social, a burguesia comercial,
buscava espaço político junto à nobreza, ao mesmo tempo em que assistia a um
movimento de centralização do poder que daria origem aos Estados absolutistas
(Portugal, Espanha, França e Inglaterra).
PIONEIRISMO
- Maquiavel elaborou uma teoria política totalmente
inédita, fundamentada na prática e na experiência concreta.
RACIONALISMO POLÍTICO
- Razão de Estado - Depois de mais de cem anos de um
cenário histórico dominado pelo apelo às utopias e pela crítica a seus efeitos
na vida das nações, chama a atenção em Maquiavel seu apego ao que denomina de
“verdade efetiva das coisas”.
- Realismo Político - Mais do que formular um novo
conceito de verdade, ele nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias
para concentrar nossos esforços de compreensão nas condições objetivas que
presidem as ações humanas:
·
a
ambição;
·
o
desejo de glória;
·
o
medo;
·
os
interesses materiais.
ISTO OU AQUILO?
- Maquiavélico ou
Maquiaveliano? - Quando queremos dizer que alguém é ardiloso,
astuto ou pérfido, costumamos dizer que é maquiavélico.
·
O adjetivo não é nada lisonjeiro, mas o responsável
por ele é um dos filósofos mais importantes da história da filosofia política.
·
Tão
antiga quanto o antimaquiavelismo de alguns é a percepção de que a obra do
escritor florentino contém uma forte defesa da República e de valores a ela
associados.
- Cínico e Amoral? - Maquiavel foi marcado, desde o
século XVI, pela insistência de muitos intérpretes em descrever suas análises
da política como exemplo acabado do cinismo e da amoralidade, convertidos em
regra do convívio dos homens.
- Cegos ou Detratores? - Associar o nome de
Maquiavel ao diabo, ou atribuir-lhe uma defesa ilimitada da tirania foi o
caminho dos que quiseram defender uma plena submissão da política a regras que
lhe são exteriores.
O PRÍNCIPE
- Manual Político - Em "O Príncipe" (palavra que designa todos os governantes),
a política não é vista mais através de um fundamento exterior a ela própria
(como Deus, a razão ou a natureza), mas sim como uma atividade humana.
·
"O Príncipe" é uma análise lúcida e
cortante do poder político, visto por dentro e de perto.
·
A primeira leitura que se fez dos escritos de
Maquiavel tomou o livro como um manual de conselhos práticos aos governantes.
·
A premissa de que "os fins justificam os
meios" (frase que não é de Maquiavel) passou a nortear a compreensão da
obra.
·
O procedimento principal do narrador é comparar
experiências históricas com fatos contemporâneos, a fim de analisar as
sociedades e a política.
·
Em algumas passagens, o próprio autor se torna
personagem das situações que descreve.
- Estrutura da Obra - Podemos dividir a obra política de Maquiavel em quatro partes:
·
Classificação dos Estados.
·
Como conquistar.
·
Como conservar os Estados.
·
Análise do papel dos militares e conselhos aos
políticos para manutenção do poder.
- Criação - A obra foi escrita durante algumas semanas, em 1513, durante o exílio
de Maquiavel que fora banido de Florença, acusado de conspirar contra o
governo.
- Publicação – O Príncipe só foi publicado em 1532, cinco anos depois da morte do
autor.
- Experiência - Por ter sido diplomata e homem de estado, Maquiavel conhecia bem os
mecanismos e os instrumentos de poder.
DISCURSOS
SOBRE A PRIMEIRA DÉCADA DE TITO LÍVIO
- Republicano - Maquiavel
se compara aos grandes navegadores e afirma estar consciente dos riscos que
está correndo ao propor percorrer novos caminhos na esfera do pensamento.
·
A obra de Maquiavel deve ser pensada sob o signo do novo.
·
Novidade tramada no convívio com o passado, construída pela
leitura dos humanistas, e tecida num confronto sinuoso com as crenças mais
arraigadas dos séculos anteriores sobre a natureza da política e das ações dos
homens.
·
Ao buscar superar seu tempo e empreender uma navegação nos
mares da teoria política, ele sabia que estava entrando em um terreno perigoso
e quase tão arriscado quanto aquele dos aventureiros e desbravadores.
·
Pensar contra seu tempo implica em correr riscos; contrariar o
estabelecido pela tradição pode levar o autor a desagradar a todos sem
contentar a ninguém.
·
Ele sabia, entretanto que as formas antigas de pensar a
política estavam esgotadas e que não existe outro caminho para os descobridores
do que o dos mares revoltos.
·
Permanecer em terra firme, naquele momento, podia evitar o
perigo do naufrágio, mas não o conduziria a novas terras.
·
Como os bons navegadores, no entanto, Maquiavel sabia que não
se pode começar uma aventura sem antes calcular todos os riscos, sem levar a
bordo as ferramentas de que dispomos no presente e que nos foram legadas pelo
passado, mesmo se algumas delas venham a se revelar inúteis ao longo da
travessia.
VIRTÚ E FORTUNA
- Virtú - A história é fruto do encontro da
capacidade de agir dos homens.
·
Maquiavel observou que o estadista deve contar,
para ter sucesso, com sua própria capacidade pessoal, sua determinação
ferrenha.
·
O estadista deve dirigir sua energia para um
determinado objetivo.
-
Fortuna
- A indeterminação das forças que compõem o campo da política.
·
Maquiavel - observou que o estadista, ou político,
não poderá garantir-se apenas com suas qualidades pessoais (intrínsecas).
- O Imponderável - O estadista não pode só contar com a virtú, deve também contar com:
·
a sorte (para o bem ou para o mal);
·
a oportunidade;
·
o acaso e/ou destino.
- Sucesso X Fracasso - a dialética entre Virtú e Fortuna seria capaz de explicar o sucesso ou
ou fracasso de projetos de poder.
- Sem Determinismos - Com esses termos (Virtú e Fortuna),
Maquiavel nos ajuda a situar nosso campo de análise longe de uma visão
determinística da história.
- Fatos Históricos - Maquiavel acreditava firmemente que
era possível descobrir os fios que uniam o passado e o presente através do
estudo acurado dos acontecimentos.
ÉTICA E POLÍTICA
(Estado Laico)
- O Antigo e o Moderno - Enquanto na Idade Média (476 a 1453 d.C.) a moralidade cristã ditava
os destinos e as ações dos governantes e do povo em geral, na modernidade isto
seria alterado de maneira inexorável e irreversível.
- Menos Moral, Menos Divino - A nova perspectiva política livrava o príncipe do dossel da
moralidade religiosa, dando-lhe uma liberdade jamais imaginava.
·
A nova perspectiva política também retirava esse
escudo de proteção que envolvia, avaliava e validava suas atitudes.
- Pragmatismo – Na ação política, o que vale é atingir as metas estabelecidas, em
benefício do grupo que se defende ou que se governa, dentro dos limites da
legalidade.
- Responsabilidade - A ética em termos políticos a ser respeitada pelo príncipe seria a
ética da responsabilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário