quinta-feira, 20 de setembro de 2018

NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527)


Adaptado por: Claudio Fernando Ramos, 09/03/2014. Cacau “:¬)
Mais do que formular um novo conceito de verdade, Maquiavel nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias.



TESE
·         O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta pela conquista e pela manutenção do poder.

FRASES
·         “Há vícios benéficos e virtudes perniciosas”.
·         “Quando você tiver de fazer algum mal a alguém, faça-o todo de uma só vez. A dor será intensa, mas apenas uma. Já o bem, faça-o em parcelas. O favorecido ficará alegre e grato a você várias vezes”.

OBRAS
- "O Príncipe" – Monarquia absolutista.
- "Discurso sobre a Primeira Década de Tito Lívio" – Perspectivas republicanas.
- "A Mandrágora" - Que se tornou um clássico do repertório teatral de todos os tempos.
- Outras Obras - "A Arte da Guerra" e "Histórias Florentinas".

PERÍODOS
- O Fim da Idade Média - Durante o período medieval, o poder político era concebido como presente divino.
·         Os teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados nas escrituras sagradas e no direito romano.

- O Renascimento - O Renascimento foi um período de intensa renovação.
·         Caracterizou-se por um movimento intelectual baseado na recuperação dos valores e modelos da Antiguidade greco-romana, contrapondo-os à tradição medieval ou adaptando-os a ela.
·         O Renascimento referiu-se não apenas às artes plásticas, a arquitetura e as letras, mas também à organização política e econômica da sociedade.
·         No período do Renascimento, os clássicos gregos e latinos passaram a lastrear o pensamento político.
·         Uma nova classe social, a burguesia comercial, buscava espaço político junto à nobreza, ao mesmo tempo em que assistia a um movimento de centralização do poder que daria origem aos Estados absolutistas (Portugal, Espanha, França e Inglaterra).

PIONEIRISMO
- Maquiavel elaborou uma teoria política totalmente inédita, fundamentada na prática e na experiência concreta.

RACIONALISMO POLÍTICO
- Razão de Estado - Depois de mais de cem anos de um cenário histórico dominado pelo apelo às utopias e pela crítica a seus efeitos na vida das nações, chama a atenção em Maquiavel seu apego ao que denomina de “verdade efetiva das coisas”.

- Realismo Político - Mais do que formular um novo conceito de verdade, ele nos ensina a deixar de lado formas políticas imaginárias para concentrar nossos esforços de compreensão nas condições objetivas que presidem as ações humanas:
·         a ambição;
·         o desejo de glória;
·         o medo;
·         os interesses materiais.

ISTO OU AQUILO?
- Maquiavélico ou Maquiaveliano? - Quando queremos dizer que alguém é ardiloso, astuto ou pérfido, costumamos dizer que é maquiavélico.
·         O adjetivo não é nada lisonjeiro, mas o responsável por ele é um dos filósofos mais importantes da história da filosofia política.
·         Tão antiga quanto o antimaquiavelismo de alguns é a percepção de que a obra do escritor florentino contém uma forte defesa da República e de valores a ela associados.

- Cínico e Amoral? - Maquiavel foi marcado, desde o século XVI, pela insistência de muitos intérpretes em descrever suas análises da política como exemplo acabado do cinismo e da amoralidade, convertidos em regra do convívio dos homens.
- Cegos ou Detratores? - Associar o nome de Maquiavel ao diabo, ou atribuir-lhe uma defesa ilimitada da tirania foi o caminho dos que quiseram defender uma plena submissão da política a regras que lhe são exteriores.

O PRÍNCIPE
- Manual Político - Em "O Príncipe" (palavra que designa todos os governantes), a política não é vista mais através de um fundamento exterior a ela própria (como Deus, a razão ou a natureza), mas sim como uma atividade humana.
·         "O Príncipe" é uma análise lúcida e cortante do poder político, visto por dentro e de perto.
·         A primeira leitura que se fez dos escritos de Maquiavel tomou o livro como um manual de conselhos práticos aos governantes.
·         A premissa de que "os fins justificam os meios" (frase que não é de Maquiavel) passou a nortear a compreensão da obra.
·         O procedimento principal do narrador é comparar experiências históricas com fatos contemporâneos, a fim de analisar as sociedades e a política.
·         Em algumas passagens, o próprio autor se torna personagem das situações que descreve.

- Estrutura da Obra - Podemos dividir a obra política de Maquiavel em quatro partes:
·         Classificação dos Estados.
·         Como conquistar.
·         Como conservar os Estados.
·         Análise do papel dos militares e conselhos aos políticos para manutenção do poder.

- Criação - A obra foi escrita durante algumas semanas, em 1513, durante o exílio de Maquiavel que fora banido de Florença, acusado de conspirar contra o governo.
- Publicação – O Príncipe só foi publicado em 1532, cinco anos depois da morte do autor.
- Experiência - Por ter sido diplomata e homem de estado, Maquiavel conhecia bem os mecanismos e os instrumentos de poder.

DISCURSOS SOBRE A PRIMEIRA DÉCADA DE TITO LÍVIO
- Republicano - Maquiavel se compara aos grandes navegadores e afirma estar consciente dos riscos que está correndo ao propor percorrer novos caminhos na esfera do pensamento.
·         A obra de Maquiavel deve ser pensada sob o signo do novo.
·         Novidade tramada no convívio com o passado, construída pela leitura dos humanistas, e tecida num confronto sinuoso com as crenças mais arraigadas dos séculos anteriores sobre a natureza da política e das ações dos homens.
·         Ao buscar superar seu tempo e empreender uma navegação nos mares da teoria política, ele sabia que estava entrando em um terreno perigoso e quase tão arriscado quanto aquele dos aventureiros e desbravadores.
·         Pensar contra seu tempo implica em correr riscos; contrariar o estabelecido pela tradição pode levar o autor a desagradar a todos sem contentar a ninguém.
·         Ele sabia, entretanto que as formas antigas de pensar a política estavam esgotadas e que não existe outro caminho para os descobridores do que o dos mares revoltos.
·         Permanecer em terra firme, naquele momento, podia evitar o perigo do naufrágio, mas não o conduziria a novas terras.
·         Como os bons navegadores, no entanto, Maquiavel sabia que não se pode começar uma aventura sem antes calcular todos os riscos, sem levar a bordo as ferramentas de que dispomos no presente e que nos foram legadas pelo passado, mesmo se algumas delas venham a se revelar inúteis ao longo da travessia.

VIRTÚ E FORTUNA
- Virtú - A história é fruto do encontro da capacidade de agir dos homens.
·         Maquiavel observou que o estadista deve contar, para ter sucesso, com sua própria capacidade pessoal, sua determinação ferrenha.
·         O estadista deve dirigir sua energia para um determinado objetivo.

- Fortuna - A indeterminação das forças que compõem o campo da política.
·         Maquiavel - observou que o estadista, ou político, não poderá garantir-se apenas com suas qualidades pessoais (intrínsecas).

- O Imponderável - O estadista não pode só contar com a virtú, deve também contar com:
·         a sorte (para o bem ou para o mal);
·         a oportunidade;
·         o acaso e/ou destino.

- Sucesso X Fracasso - a dialética entre Virtú e Fortuna seria capaz de explicar o sucesso ou ou fracasso de projetos de poder.
- Sem Determinismos - Com esses termos (Virtú e Fortuna), Maquiavel nos ajuda a situar nosso campo de análise longe de uma visão determinística da história.
- Fatos Históricos - Maquiavel acreditava firmemente que era possível descobrir os fios que uniam o passado e o presente através do estudo acurado dos acontecimentos.

ÉTICA E POLÍTICA
(Estado Laico)

- O Antigo e o Moderno - Enquanto na Idade Média (476 a 1453 d.C.) a moralidade cristã ditava os destinos e as ações dos governantes e do povo em geral, na modernidade isto seria alterado de maneira inexorável e irreversível.

- Menos Moral, Menos Divino - A nova perspectiva política livrava o príncipe do dossel da moralidade religiosa, dando-lhe uma liberdade jamais imaginava.
·         A nova perspectiva política também retirava esse escudo de proteção que envolvia, avaliava e validava suas atitudes.

- Pragmatismo – Na ação política, o que vale é atingir as metas estabelecidas, em benefício do grupo que se defende ou que se governa, dentro dos limites da legalidade.

- Responsabilidade - A ética em termos políticos a ser respeitada pelo príncipe seria a ética da responsabilidade.

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