domingo, 27 de dezembro de 2020

A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO

 

(Max Weber 1864-1920)

Por: Claudio Fernando Ramos, adaptado de textos disponibilizados na net.

C@cau “::¬) 27/12/2020

https://www.youtube.com/watch?v=hRip-9nRGRk&list=UU22wWGRS8lwTV6TBrM5kokg 

INTRODUÇÃO

- De todas as análises concretas elaboradas por Max Weber a partir da sua teoria sociológica e de seu método, a mais famosa foi aquela que ele desenvolveu a respeito da formação da sociedade moderna e da ascensão do capitalismo.

·         Tal como Durkheim e Marx, Weber preocupou-se muitíssimo em compreender como se deu a construção do sistema capitalista.

WEBER, DURKHEIM E MARX

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-sociologia.htm 

- Durkheim pensava que a formação deste modelo econômico (Sistema Capitalista) seria explicável mediante a mudança do tipo de solidariedade social dominante.

·         Saída da Solidariedade Mecânica das sociedades tradicionais, pré-modernas, para a Solidariedade Orgânica das sociedades moderna e capitalistas. 

- Marx pensava que a formação do capitalismo deveria ser explicada basicamente através da ascensão de uma nova forma de luta de classes.

·         A luta de classe deveria ter de um lado, os burgueses, proprietários dos meios de produção, e de outro os operários, donos apenas de usa força de trabalho. 

WEBER E A SOC. COMPREENSIVA

https://www.pensador.com/frase/NjM5NjM1/

- Weber não pensava nem de um modo nem de outro (Diferentemente de Durkheim e Marx).

·         Fiel à sua sociologia compreensiva e ao seu individualismo metodológico, a interpretação weberiana estabelece que o único modo de compreender o surgimento do capitalismo é através não do exame dos fenômenos sociais em si, mas sim pela análise cuidadosa das intenções dos indivíduos que constituíram o modelo capitalista.

·         Foi precisamente este percurso seguido pelo autor em sua obra mais famosa, A ética protestante e o espírito do capitalismo.

A ÉTICA PROTESTANTE E O CAPITALISMO

https://medium.com/@brbaraalice/lutero-calvino-direito-e-pol%C3%ADtica-a-reforma-protestante-n%C3%A3o-%C3%A9-apenas-uma-ode-%C3%A0-doutrina-da-elei-370b10b6280b

- Para Weber, o evento mais fundamental na formação da sociedade capitalista foi a Reforma Protestante, que dissolveu a unidade do cristianismo ocidental, até então centralizado na Igreja Católica.

·         Longe de se circunscrever ao âmbito religioso, a Reforma foi, para Weber, a própria causa da ascensão do capitalismo e da mentalidade moderna.

·         Os autores reformados, como Lutero e sobretudo Calvino, criticaram fortemente a perspectiva católica segundo a qual o homem precisa cooperar com Deus para ser salvo.

·         Profundamente pessimistas que eram a respeito da natureza humana manchada pelo pecado, os reformadores criam que o homem é incapaz, por suas próprias forças, não apenas de salvar-se, mas até de cooperar em seu processo de salvação.

·         Por si mesmo, o homem é capaz apenas de pecar, de modo que Deus é o único e completo responsável pela ida ao Céu daqueles que se salvam.

·         Não há nada, inteiramente nada que o homem possa fazer por sua salvação.

·         Deus desde toda a eternidade escolheu, de maneira inteiramente arbitrária, quem há de se salvar e quem há de se condenar, de modo que todo homem, ao nascer, já está previamente determinado seja para a salvação, seja para a condenação ao Inferno.

O DILEMA DA PREDESTINAÇÃO

https://cronicasdonovomundo.wordpress.com/2016/02/04/existe-predestinacao/

- A ênfase absoluta na predestinação de Deus (insinuada em Lutero e só afirmada plenamente em Calvino), sem deixar qualquer espaço para a liberdade humana, gera um problema prático:

·         se nada do que eu faço, seja boa ou má ação, é indício de que serei salvo, como posso saber que estou no caminho do Céu?

·         Segundo Weber, a resposta a essa pergunta que se tornou mais popular nos países protestantes não foi elaborada diretamente por nenhum grande autor da Reforma, mas sim por certos pastores calvinistas posteriores.

·         Na visão destes pastores, o sinal mais evidente de salvação seria o sucesso econômico.

·         Uma vez que os salvos são aqueles que Deus quer, é natural que Deus proteja e zele por esses a quem ama, garantindo-lhes bênçãos e sucesso financeiro.

·         Ao longo do tempo, concluiu a mentalidade média dos povos protestantes, se dar bem nos negócios é, por excelência, o sinal da graça divina e da salvação

·         De acordo com Weber, os impactos dessa mentalidade na ascensão do capitalismo foram fundamentais.

A FÉ, O LUCRO E O RACIONALISMO

https://brokenclipboard.wordpress.com/2016/04/23/its-all-about-the-money-college-and-travel-sports/

- Vendo no sucesso financeiro um sinal da benção de Deus, os protestantes passaram a desenvolver um forte senso de eficiência e de busca pelo lucro.

·         Se o ganho de dinheiro é uma prova do amor de Deus, gastar esse dinheiro de maneira irresponsável, esbanjando-o em diversões e brincadeiras, mesmo que não pecaminosas, acaba por ser um desrespeito contra Deus.

A EFICIÊNCIA DOS PAÍSES PROTESTANTES

https://www.valvimdutra.com.br/protestantes/mensagem/cristianismo-biblico-mudando-o-brasil-p2018-10

- Na perspectiva weberiana, os países que tiveram maior desenvolvimento capitalista foram aqueles de formação protestante, como a Inglaterra, os EUA e a Alemanha.

·         Os países mais fortemente católicos, como Portugal, Itália e Espanha, nunca alcançaram o mesmo grau de sucesso capitalista.

·         Para Weber, a mentalidade protestante de busca pelo lucro como sinal da glória e benção de Deus é que foi o grande motor de desenvolvimento do capitalismo.

·         Curiosamente – e isso chama muito a atenção de Weber –, apesar de suas origens religiosas, o que o capitalismo gerou foi justamente um tipo de sociedade no qual a religião não ocupa mais o papel central de antes.

A SECULARIZAÇÃO DA FÉ

http://flamir.blogspot.com/2009/10/igreja-ante-frieza-secularizacao.html

- Todas as sociedades tradicionais, pré-moderna, foram sociedades sacrais, nas quais a religião não apenas era importante, como ocupava o próprio centro da vida em sociedade.

·         A sociedade moderna e capitalista, por sua vez, é uma sociedade secularizada, isto é, uma sociedade na qual a religião ainda é bastante influente, mas não ocupa mais um papel central e determinante.

·         Na prática, o que aconteceu é que todos aqueles elementos da vida social que até então era dependentes da religião, tais, como a arte, a política, a cultura, etc., foram se autonomizando, se guiando por regras próprias e independentes.

·         No linguajar weberiano, tal processo de secularização, de dessacralização da existência humana, é chamado de desencantamento do mundo e sua principal característica é a cada vez maior racionalização da vida.

MAIS LUCROS, MENOS VALORES

http://radiosderesultado.com.br/blogger/5-dicas-para-voce-ser-um-empreendedor-de-sucesso-em-2019/

- Sendo um sistema que preza acima de tudo pela eficiência, o capitalismo enfraquece muito as ações sociais de tipo irracional, como a tradicional e a afetiva, dando relevância sobretudo à ação racional com relação à fins.

·         Esse tipo de ação é a típica ação social econômica, empresarial, e que, portanto, é a síntese do capitalismo.

·         Diferente do mundo tradicional das sociedades sacrais, em que os homens se preocupavam sobretudo com valores, a sociedade moderna e capitalista é aquelas na qual os homens estão preocupados sobretudo com metas.

·         A lógica das sociedades modernas é a da eficiência e isto se mostra em fatores muito concretos.

·         Weber diz que a sociedade capitalista é marcada por uma enorme burocratização e especialização.

A BUROCRACIA COMO MÉTODO

http://www.ambientelegal.com.br/a-burocracia-esta-matando-o-brasil/

- Em um contexto no qual o sucesso é o critério supremo de avaliação das ações, nada mais óbvio do que promover a divisão de tarefas, que minimiza os riscos e maximiza os ganhos.

·         Nada mais lógico também do que submeter tudo a regras e normas burocráticas.

·         Para que se produza mais, é importante que os indivíduos sejam regulados, disciplinados, normatizados.


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